

Arqueologias do invisível de Ju Bessler
Inspirada por textos de Byung-Chul Han, Nego Bispo e Ailton Krenak, Ju Bessler coloca questões pertinentes a nosso zeitgeist - o espírito do tempo.
Em uma das salas, pinturas da série “Telas” denunciam o vício digital e conversam com retratos entediados, em meio à imagens de guerra ( série “Terra Arrasada”). As peças, feitas com pedaços de obras descartadas e reboco da parede do atelier da artista, propõem uma viagem para o futuro no qual rastros de nossa civilização são deixados. No tríptico “Pequenas Mortes: bocejo/grito/orgasmo”, imagens boquiabertas deixam o espectador em dúvida quanto a emoção retratada - tédio, desespero, prazer?
Saindo da crítica distópica, a artista continua a linha de pensamento com um direcionamento para futuros melhores: é necessário parar para observar, como ela faz em “Isto Não É Um Lugar”. A série questiona o conceito de paisagem tradicional em obras de pequeno formato que exigem plena atenção ao brincar entre o figurativo e o abstrato, figura e fundo, com cores que se mesclam sem limite evidente de forma.
A exposição termina esperançosa em “natureza viva”, e “Ubuntu” sugerindo que há caminhos para a humanidade no resgate de um ecossistema que é rico, fluido e misturado; fugindo da ordenação do gênero clássico conhecido como natureza-morta.
Pungente e atual, a exposição traz narrativas e questões pictóricas pertinentes à uma sociedade que ainda duela para entender-se parte do todo.
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