

Não é a primeira vez de Luiz Badia Curadoria Lia do Rio
Badia resgata memórias esquecidas para recolocá-las como conteúdo estético. Suas construções possuem uma plástica das figuras suspensas na memória, que em algum momento afloram, emergindo como uma metáfora do destino humano.
Luiz Badia transita por vários campos sensíveis como a vídeo arte, o desenho e a música, mas dedica-se, basicamente, à pintura, na qual importantes são os valores que atribui à cor e à mescla de abstração e figuração, que se fundem através de transparências.
A alternância de camadas espessas e aguadas do seu pensar a pintura contém, também, elementos de estilização e simbologia, quando então surge a ideia de conceito, de pensamento.
Procura captar o movimento em que se desloca a realidade, dando como resultado uma revisão crítica das percepções do mundo, um imaginário com relação ao real, daí um certo lirismo.
Resgata memórias esquecidas para recolocá-las como conteúdo estético. Suas construções possuem uma plástica das figuras suspensas na memória, que em algum momento afloram, emergindo como uma metáfora do destino humano.
O onírico tem informações processadas no inconsciente, sob a forma de configurações nebulosas, aéreas e terrenas.
A exposição se estende como uma sequência de diferentes telas a nos levar por um roteiro que resulta numa revelação, quase bela em sua intensidade, mas torna-se impossível abandonar as obras individuais que se sucedem e concedem às várias etapas do percurso uma identidade própria.
Percorrendo o sentido inverso, voltamos à atualidade numa dupla leitura possível. O caminho propicia, pela realidade meditativa de certas imagens, um grau expressivo adequado a temas transcendentes do passado e sua projeção no contemporâneo, onde se fixam como frágil garantia de nossa continuidade.
“Deixo fluir, não penso de uma forma organizada, mesclo elementos da história da arte com elementos do cotidiano antagônicos, contraditórios porque já passaram por um processo subjetivo, em várias frequências, navegando, me adaptando ao mar”, recolhendo sonhos da cor da tempestade.
Project Gallery

